domingo, 31 de agosto de 2008

Tietagem

Nunca fui muito adepto de possuir ídolos, nunca tive essa vontade, não via a necessidade de autógrafos. Mas aprendi o prazer da tietagem na sexta-feira, 28/08. Consegui um autógrafo do Luis Fernando Veríssimo!

Comecei o contato com o trabalho dele quando encontrei textos na Veja. Incentivado pela minha mãe, que deve ter adorado ver o filho interessado em ler, comecei uma coleção destes textos. Sempre que podia, tirava a página da revista e posteriormente pude montar uma pasta com os que possuía. Um bom tempo depois eu pude ler o Comédias da Vida Privada e de tanto relê-lo a lombada comecou a desfazer. também Mentiras que os Homens Contam e Comédias para Ler na Escola. Dos romances só li o Clube dos Anjos. E agora estou lendo O Mundo é Bárbaro.

Até sexta-feira só tinha visto algumas entrevistas dele, mas nunca o tinha encontrado pessoalmente ou com alguém que o tivesse feito. Como ele é uma celebridade, estava com receio dele ter o comportamento de tantas que tem por aí, arrogante, convencido e chato. Mas decidi arriscar e me organizei para enfrentar fila. O evento começaria às 19:30, eu consegui ser o primeiro da fila às 18:50. Estava preocupado pois não sabia quanto tempo ficaria de pé, já que celebridades acham chique chegar atrasado. Mas as 19:10 ele passou pela mesa onde seriam dados os autógrafos, a funcionária que o acompanhava pediu que eu esperasse. Minha
consideração já aumentou simplesmente pelo fato de que ele não estava atrasado. Pontualmente ele sentou na cadeira para iniciar a noite de autógrafos. Comentei com ele que uma das histórias dos recortes estava incompleta disse o nome e um pequeno resumo e ele lembrou do que se tratava. Isso é incrível considerando que ele escreveu há mais de 20 anos, o texto é de 1985, e que ele escrevia toda a semana para a Veja. Pedi para tirar uma foto e ele permitiu.

Sai da fila e fiquei tirando outras fotos, quando percebi que a esposa dele estava ali também, conversando com conhecidos deles. Decidi que iria tirar um foto dela, esperei até que terminassem a conversa e pedi que ela posasse. Ela prontamente concordou e perguntou sobre a minha pasta e eu falei do texto que faltava na minha coleção, ela me disse que tinha todos os textos encardenados e que se eu falasse para ela a data que ela providenciaria de me mandar uma cópia colorida. Fiquei conversando com ela e outras duas pessoas até o evento acabar, seu nome é Lúcia e ela nos contou histórias sobre a família, textos supostamente do Luís Fernando divulgados na internet e outras.

Me encantei com a simpatia da Lucia e, apesar de tímido, disposição do Luís Fernando de atender os seus leitores. Por exemplo, um pai pediu que o Veríssimo ligasse para o filho, pois este tinha participado de um projeto escolar que tinha tido apoio do escritor, ele aceitou e falou com o menino por uns dois três minutos. Pessoas famosas deveriam agir dessa maneira, mostrarem respeito aos fãs e aos horários. Talvez se todos agissem dessa maneira, não teriamos tantos problemas de fãs obcecados.

Definitivamente sou fã, não só do Luís Fernando Veríssimo, pelas suas obras, mas também de sua esposa Lúcia, pela simpatia e sinceridade.
Já não bastasse isso tudo na hora de tira a última foto, alguém se ofereceu para tirar deles comigo e a Lúcia sugeriu que eu ficasse no meio e falou que eu era o filho adotado deles. Agora eu posso dizer que faço parte da família Veríssimo. Que responsabilidade!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Patrimônio

Recentemente aprendi o como calcular o patrimônio de uma empresa e foi isso que me surpreendeu. Explicando:
- O patrimônio de uma empresa é determinado pelos bens que ele possui menos suas dívidas.

Quando se fala de bens, estamos nos referindo a dinheiro, imóveis, contas a receber e outros no mesmo gênero. Sobre dívidas colocamos pagamento a fornecedores, despesas, salários e outros.

Esse conceito de patrimônio não é novo e apesar de muito ser dito sobre o valor do indivíduo, da valorização necessária das pessoas, para você que trabalha, que contribui e que até veste a camisa da empresa, sua força de trabalho não é considerada patrimônio da empresa (a não ser é claro que você seja uma "propriedade").

Quando é necessário a reengenharia e o"downsizing" (considerando o contexto: enxugamento. Uma tradução bem livre) da empresa, porque os acionistas não estão obtendo tanto lucro. Você, é mandado embora, claro que se você for um bom empregado, algumas empresas tentam te realocar. Mas na maioria, você só é mais um número.

Números não tem necessidades, contas pra pagar ou sonhos a conquistar. Números são crédulos pois quando a magnânima empresa pede para que eles vistam a camisa, façam sacrifícios, aumentem a produção, evitem ficar doentes em dia de trabalho, não dêem importância a assuntos familiares, deixem todo e qualquer sentimento que possa atrapalhar a produção fora do ambiente de trabalho e se sintam motivados mesmo com o salário baixo e a falta de possibilidade de crescimento e participação das decisões, os números acreditam e alguns até se sentem importantes por ajudarem a empresa. E quando os números tem uma necessidade inevitável e necessitam de um favor daquela empresa que eles tanto ajudaram, o pedido é negado! Existem regras e elas não são flexíveis!

Existe um consenso que para você conseguir sucesso no emprego, tem que fazer mais do que esperam de você. A palavra nova é pró-ativo. Concordo que se todos tivessem essa idéia, o trabalho seria muito mais fácil, tranqüilo e produtivo. Mas pra que ter essa mentalidade se o reconhecimento e uma melhor divisão dos lucros nunca aparecem.

Esse conceito de "número" que me incomoda, a mentira que dizem pra você, sobre sua importância na empresa, também. A produção ainda não é independente de mãos humanas. Quando que a minha capacidade vai ser valorizada?