segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Deslizamentos no fim de ano

Esclarecendo desde já, lamento pelas mortes que ocorreram nos deslizamentos, nunca passei pela dor destas pessoas para dizer que eu sei com elas estão, mas imagino o quão difícil é perder amigos, conhecidos e familiares tão repentinamente, principalmente num momento que era para ser de alegria.

Dito isto.

É absurdo a quantidade de notícias sobre o assunto, não as notícias informativas, por exemplo, situação das vítimas, se os corpos foram encontrados, a situação complicada das casas condenadas e de suas respectivas famílias. O absurdo são as notícias que expõem os familiares e conhecidos das vítimas, a necessidade de entrevistar a amiga ou amigo que ainda tem marcas no corpo e na mente ou pai ou mãe com a dor estampada no rosto. Em jornais diferentes eu ví a mesma reportagem sentimentalista, a divulgação da dor e angústia foi de pelo menos três dias. como já não bastava a exposição dos envolvidos, ainda temos que aguentar as frases feitas dos reporteres tentando mostrar uma compaixão e envolvimento com o desastre.

Talvez a superexposição da dor e do desastre venha da necesidade que as pessoas tem de saber que mais pessoas no mundo passam por problemas e dificuldades, alguns maiores do que os dela. Assim conseguem suportar suas privações ou ganham mais energia para lutar contra. Mesmo levando isso em consideração, ainda acho que os jornais exageram no sentimentalismo, uma frase que eu ouvi de outro telespectador durante uma dessas reportagens: "As notícias do desastre só vão parar quando mostrarem todos os parentes e conhecidos das vítimas chorando na televisão".

Eu prefiro conversar com os meus amigos, conseguindo apoio ou ajuda e também posso buscar auxílio espiritual. Não consigo me apoiar na dor alheia para aguentar a minha.

Aviso de morte

O noivo da minha mãe morreu!

Parou de sofrer!

Conseguimos que a minha mãe não ficasse sozinha no natal e ano novo e ela parece bem.

Rezo pelo espírito dele e bem estar dela.